A recessão econômica pela qual o país passa nos últimos anos continua forte. Para tentar enfrentar o problema, o governo federal lançou o projeto Semana do Brasil. A ideia é estimular o consumo e o turismo na semana das comemorações da independência.

Essa ação de marketing procura melhorar a imagem do país internamente e também no exterior. A Semana do Brasil, inspirada na Black Friday dos Estados Unidos, visa unir patriotismo, comemorações cívicas e descontos em produtos e serviços.

Depois dos avanços que teve a aprovação da Reforma da Previdência, esse é mais um sopro de ânimo para varejistas e para o terceiro setor. Continue acompanhando esta publicação e saiba mais a respeito da iniciativa que acontecerá de 6 a 15 de setembro de 2019.

Incentivo ao consumo aliado a datas comemorativas

Inspiração na Black Friday dos Estados Unidos

Semana do Brasil e a Black Friday
Dia das mães, dia das crianças, dia dos pais, Páscoa, Natal e dia dos namorados são passagens comemorativas em que se convencionou a obrigação social de dar ou trocar presentes. Não é por mero acaso que esses momentos do ano se tornaram os principais impulsionadores de compras no Brasil e no mundo.

O dia dos namorados é um excelente exemplo disso. A criação dele, inclusive, explica as razões de comemorarmos a data em 12 de junho, enquanto em outros países isso ocorre em 14 de fevereiro, dia da São Valentino (Valentine’s Day).

Tendo em vista que o santo não é muito popular por aqui, o publicitário João Dória, pai do atual e homônimo governador de São Paulo, resolveu unir o útil ao vantajoso. Durante o ano de 1948, ele lançou campanhas publicitárias com a criação do dia dos namorados brasileiro.

O objetivo era aumentar as vendas de uma loja de roupas que queria continuar com o ritmo de vendas de maio, decorrente dos festejos de dia das mães. Uma das propagandas dizia: “amor com amor se paga” e estimulava a troca de presentes. A moda pegou e a data se formalizou.

Com a Semana do Brasil, o princípio é basicamente o mesmo. Tendo em vista que o mês de setembro é considerado fraco para o comércio, a ideia é estender as comemorações do 7 de setembro.

Normalmente marcada pela decoração nas cores da bandeira e por desfiles cívico-militares, a semana da pátria é a principal comemoração do mês de setembro. Mas até então não era vista como uma data comercial.

No feriado do dia 7, se comemora a assinatura da independência do país pelo príncipe regente da coroa portuguesa no Brasil, Dom Pedro I, que veio a se tornar o primeiro imperador do país independente. Com a proposta da Semana do Brasil, essa realidade pode mudar.

A inspiração para a Semana do Brasil veio da Black Friday, criada pelas mesmas razões comerciais nos Estados Unidos. A “sexta-feira negra” consiste em um dia de descontos mais generosos, com liquidações que ocorrem após a quinta-feira do feriado de Ação de Graças, sempre na última semana de novembro.

A propósito, a Black Friday também se estabeleceu nos últimos anos no Brasil também. As primeiras iniciativas foram em lojas virtuais de redes que tinham sede nos Estados Unidos. Mas a competitividade do mercado fez com que as demais lojas virtuais e físicas aderissem à promoção também.

A Black Friday estadunidense é maior que a brasileira e com descontos realmente relevantes. Tanto que costuma gerar cenas inacreditáveis de dezenas de pessoas correndo, se empurrando e dando cotoveladas para pegar os produtos nas prateleiras por primeiro.

Será que a Semana no Brasil terá a mesma força comercial?

Adesão das empresas à Semana do Brasil

A proposta do governo federal via SECOM (Secretaria Especial de Comunicação Social) é estimular o comércio a dar mais descontos na Semana do Brasil. Já foram iniciadas tratativas com diversas entidades que representam lojistas e o setor hoteleiro.

Esse projeto foi apresentado no último dia 16 de agosto, em uma reunião no Palácio da Alvorada. Depois de 8 meses, finalmente a equipe de publicidade vai redirecionar seus esforços para iniciativas práticas ao invés de focar somente na promoção do novo governo.

Somente o merchandising do governo no Programa do Ratinho, a título de exemplo, fez os brasileiros desembolsaram R$ 268.500. Segundo valores que foram obtidos via Lei de Acesso à Informação, o valor bruto de publicidade a favor da reforma da previdência e do governo Bolsonaro retirou R$ 6,5 milhões dos cofres públicos.

O desfile de 7 de setembro que tradicionalmente acontece em Brasília também terá maiores investimentos. Ano passado, o custo ficou na faixa dos R$ 817 mil. A previsão para este ano é de nada menos que R$ 1,2 milhões.

A ideia é, com isso, ampliar a adesão à Semana do Brasil e realizar comemorações nos moldes do que acontece nos Estados Unidos novamente. Lá, a independência é celebrada em 4 de julho.

No mês passado, o presidente Bolsonaro esteve nas comemorações estadunidenses presencialmente. Junto com ele, estavam integrantes da SECOM para observar e obter inspiração.

Todas elas já firmaram o compromisso de oferecer benefícios para seus consumidores ao longo da Semana no Brasil. A FEBRABAN, por exemplo, garantirá descontos para quem está endividado com alguns bancos e quem quiser negociar o débito com taxas um pouco mais baixas, assim regularizar as dívidas no SPC e Serasa.

Vantagens para o turismo brasileiro

A isenção de visto que já foi concedida pelo governo para turistas de quatro países – Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão – será usada para promover o turismo na Semana do Brasil. O Ministério do Turismo e a EMBRATUR estão preparando uma campanha publicitária para rodar no exterior, em especial nos Estados Unidos.

De acordo com o ministro do Turismo do atual governo, Marcelo Álvaro Antônio, é preciso divulgar que não é mais necessário ter visto para entrar no Brasil. Ele afirma que até então esse foi somente um ato, mas precisa ser transformado em campanha para atrair visitantes.

Por enquanto, o projeto de divulgação incluir em torno de R$ 3 milhões em mídia nos aeroportos estadunidenses e na internet. O slogan será Brazil, visit and love us, ou seja, ‘Brasil, visite e nos ame’. Pelo menos 3 agências publicitárias já foram contratadas pelo governo com esse objetivo – a NBS, a Artiplan e a Calia Y2.

O objetivo dessa campanha não é somente comercial ou para promover a Semana do Brasil. As agências e a SECOM discutem há algumas semanas como melhorar o posicionamento do nosso país no exterior.

Afinal de contas, grandes jornais e portais de notícias como The New York Times, The Washington Post, The Guardian, BBC News, El Pais, Al Jazira e até mesmo a Rede Fox, apoiadora fiel do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, publicam matérias recorrentes descrevendo o presidente Bolsonaro como homofóbico, racista e ditador.

A última publicação com maior repercussão foi do jornal austríaco Die Presse. Foram realizadas severas críticas ao governo e à postura de Bolsonaro, inclusive trazendo no título que “o Brasil elegeu um idiota”.
O escândalo dos 39 kg de cocaína no avião presidencial que aterrissou na Espanha e o cancelamento de uma homenagem a Bolsonaro em Nova York também já haviam impactado negativamente na imagem do Brasil lá fora. O prefeito nova iorquino chegou a declarar que o presidente brasileiro não é bem-vindo na cidade.

Fica a dúvida se a Semana do Brasil será realmente efetiva para atrair turistas estrangeiros mesmo em meio a tantas polêmicas, à crise econômica e à violência em cidades com grandes atrativos, como o Rio de Janeiro.

Como participar da Semana do Brasil

As empresas que tiverem interesse em participar da Semana do Brasil devem visitar o site http://www.brasil.gov.br/semanadobrasil/ para efetuar um cadastro. Não há restrições quanto às proporções da empresa ou nicho de atuação.

Na página estão descritos os principais objetivos da Semana do Brasil acompanhados de um vídeo promocional. Além disso, é mencionada como essa iniciativa pública-privada acontecerá: de um lado, o governo promove a semana da pátria e, de outro, as empresas estimulam o comércio.

Para se cadastrar, são solicitados dados como: nome fantasia da empresa, CNPJ, e-mail, endereço, segmento e a descrição de como o empreendedor pretende colaborar com o projeto. As opções são: oferecer descontos, criar uma promoção, lançar um produto especial ou outra iniciativa a ser especificada.

Assim que é concluída essa fase de cadastro, o governo envia por e-mail o material de divulgação da Semana do Brasil, o manual de identidade visual da campanha e o download do selo de participante oficial.

Por Douglas Baccan.

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