De janeiro a outubro deste ano, fluxo em lojas de rua caiu 47% e, em shoppings, 20,9% comparado com igual período de 2019

Com base em monitoramento de 2 mil lojas no país, a Virtual Gate, empresa de consultaria especializada em varejo, identificou que, de janeiro a outubro deste ano, o fluxo de pessoas ainda é 27,1% menor do que o de igual período de 2019. As lojas de rua têm sofrido mais do que as de shoppings, com queda de fluxo de 47% e 20,9%, respectivamente, no período.

O primeiro semestre deste ano, de acordo com a Virtual Gate, não foi bom nem para as lojas de rua nem para as de shoppings, se considerar somente a visitação. Nas de rua, a queda foi de 6,5% e, nas de shoppings, de 2,5% em relação a igual período do ano passado. De julho para cá, porém, os centros comerciais reagiram em visitação.

O levantamento mostra que, de julho a outubro, o número de pessoas nas lojas de centros comerciais subiu 1% e, nas de rua, caiu 1% na comparação com igual período de 2023. Nos primeiros 11 dias de novembro, o fluxo de pessoas em lojas de shoppings também é positivo, 0,6% de alta, sobre igual período de 2023. No caso de ruas, há uma queda de 10,5%.

O avanço das compras online, evidentemente, tem muito a ver com a redução no fluxo de pessoas nas lojas quando se compara com 2019, dizem os especialistas em varejo.

“Os shoppings estão diversificando o mix, investindo mais em lazer, serviços, com impacto positivo na visitação”, afirma Samuel Macedo, diretor da Virtual Gate.

Marcos Tadeu, especialista em varejo e sócio da Best Spaces, diz que as lojas de rua já costumam ter menos visitação do que as de shopping por conta de mix e segurança. “Os shoppings evoluíram para se tornar um lugar de experiência, entretenimento, com clínicas de saúde, beleza. Tiveram a capacidade de se adaptar às necessidades dos clientes”.

Entre as lojas monitoradas pela empresa de tecnologia estão todas as do grupo Veste (Lelis, BO.BÔ, Dudalina), C&A, Caedu, Loungerie, Adidas, Puma, Track & Field, Constance, Corello, Sephora, Body Shop, Natura, Livraria Curitiba, entre outras.

ESPECIALISTA PREGA UNIÃO ENTRE LOJISTAS

Para o especialista Marcos Tadeu, para atrair público os lojistas de ruas e os donos dos imóveis devem se unir para entender a clientela do local. “O inimigo não é mais o concorrente que vende o mesmo produto, mas a evasão, e cada local tem uma situação. Quais são as melhores práticas para atrair gente para o local?”

Essa é a pergunta que precisa ser respondida. “Se o problema está relacionado com segurança, o que é preciso fazer para melhorar? Se é o entorno, calçadas”, diz. “Lojistas e proprietários de imóveis têm de se unir para procurar soluções”, explica.

Antes de tudo isso, de acordo com ele, o comerciante tem de conhecer o cliente, manter contato constante, utilizando as ferramentas disponíveis no mercado, como as redes sociais. O velho mantra ‘seleção, recrutamento e treinamento’ dos funcionários também tem de ser seguido à risca.

CONVERSÃO

Vale lembrar que o fluxo de pessoas nas lojas não significa necessariamente queda ou aumento de vendas. Além de levar o cliente até a loja, o grande desafio do comerciante é efetuar a venda.

Em 2019, de acordo com Virtual Gate, a taxa média de conversão era de cerca de 14%. Hoje, este percentual está mais próximo de 17%.

 

(fonte: Diário do Comércio)